ACIDENTE DO VOO TAM 402 COMPLETA 20 ANOS

Fokker 100 / PT-MRK | Imagem - Airlners.net

O acidente com o avião modelo Fokker 100 da TAM em São Paulo completou 20 anos nesta segunda-feira (31/10). Ao todo, 99 pessoas morreram na tragédia com o voo 402, que decolou às 08:26Hs do dia 31 de outubro de 1996 do Aeroporto de Congonhas com destino ao Rio de Janeiro, e caiu 24 segundos depois sobre oito casas da Rua Luís Orsini de Castro, no Jabaquara, cerca de 2 km adiante, na Zona Sul de São Paulo. Morreram 96 pessoas que estavam no avião entre passageiros e tripulantes, e mais três pessoas em terra.
Segundo as investigações, a queda do avião foi provocada por uma falha no reversor do motor direito (freio aerodinâmico) que abriu durante a decolagem, um erro cuja chance de ocorrer seria, segundo projeções da fabricante, da ordem de um em 100 bilhões.
Parte de Fokker 100 da TAM que caiu em 1996 (Foto: Maurilo Clareto/Arquivo Estadão Conteúdo – 31/10/1996)

O reversor do motor direito provocou o recuo brusco do manete - haste que acelera ou reduz o motor da aeronave. Sinais sonoros e visuais que alertariam para o problema não se manifestaram na cabine de comando do avião, o que desencadeou uma correção errada.
O copiloto avançou o manete, que voltou a recuar. A partir daí, o comando do avião passou a travar uma "batalha" com a manete, o que acabou por romper o cabo que liga as hastes dos motores. O piloto, então, perdeu o controle da aeronave, porque enquanto o motor esquerdo acelerava, o outro executava um movimento contrário, de desaceleração do avião.
As conclusões constam do relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), do Comando da Aeronáutica, que fez recomendações de segurança às fabricantes do reverso, do avião Fokker e à companhia aérea TAM. O documento foi divulgado em 1998.
Ao se aproximar da rua onde caiu, a cerca de 2 km do aeroporto, o avião esbarrou em um prédio na esquina com a Avenida Jarupari, próximo à Escola Estadual Doutor Ângelo Mendes de Almeida.
A asa direita do avião cortou parte de um outro prédio na esquina da Rua Luís Orsini de Castro. A aeronave ainda levou o telhado de um sobrado, no número 40 da mesma rua, onde fez a primeira vítima em terra. O avião caiu no lado ímpar da rua, nas oito casas entre os números 59 e 125. Duas vítimas que estavam no solo morreram no número 77.
Corpos de vítimas de queda do Fokker 100 da TAM foram colocados em sacos na rua (Foto: Nelson Almeida/Arquivo Estadão Conteúdo – 31/10/1996)

O Tribunal de Justiça de São Paulo que condenou a Northrop Grumman Corporation, fabricante do reverso do Fokker 100 da TAM a indenizar famílias de vítimas do acidente aéreo. O valor da indenização por danos morais foi de 333 salários mínimos.
Na época, o valor do seguro obrigatório que a companhia aérea tinha de pagar para familiares de vítimas em casos como esse era de R$ 14 mil - nos Estados Unidos, o valor é de U$ 120 mil; na Europa, de 130 mil. Em 2009, a Associação Brasileira de Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos (Abrapava) conseguiu na Justiça aumentar o seguro para R$ 41 mil. Atualmente, o valor do seguro é de R$ 66 mil.
"Todas as informações sobre as causas do acidente foram esclarecidas no relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que também fez as recomendações necessárias sobre as mudanças de procedimentos adotadas pela companhia na época, além de solicitar modificações técnicas à fabricante da aeronave", diz a nota da LATAM.
Acidente com Fokker 100 da TAM completa 20 anos nesta segunda (Foto: Silvio Ribeiro/Arquivo Estadão Conteúdo – 31/10/1996)Fonte: G1 Noticias


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